quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Chove lá fora

e aqui... faz tanto frio....
Realmente, estar em Nova Lima é tirar do armário o que não se usa mais em BH: casacos, moletons, edredons, xícaras de chá.... delícia.
Depois de um dia puxado, agora quero tomar um banho quentinho e bem loooooongo (sei que não é muito ecologicamente correto, mas juro que é excessão, meus banhos normalmente são rápidos), colocar uma roupa cheirosa e tomar uma taça de espumante para relaxar. Depois, se o sono não bater, vou terminar de ler meu livro.
Eu mereço esse momento de paz, será um fecho de ouro para um dia em que estou muito feliz.
Uma nova fase vai começar.

segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Amigos

Amigo é família que a gente escolhe.
Amigo pode ter mais afinidade, carinho, amor e cuidado conosco do que a família de verdade.
Não é regra, mas é uma possibilidade concreta.
Eu tenho a felicidade de ter um amigo assim.
Amigo de verdade, para todas as horas, com quem posso contar sempre, seja para rir ou para chorar, para comemorar ou procurar uma saída para um problemão, para falar sério ou cozinhar, tomar vinho e jogar conversa fora por horas a fio, para andar de moto na chuva ou ser padrinho do meu filho.
Meu melhor amigo, meu querido amigo, meu amor-amigo. Amo-te hoje diferente do que já amei. Amo um amor maior, mais completo, mais maduro, mais inteiro, mais pleno, mais sereno, mais verdade. Amo-te para sempre.
Uma das maiores alegrias da minha vida é saber que meus dois amores, meus melhores amigos, são também grandes amigos. Amo vê-los juntos, conversando, rindo, gostando da companhia um do outro.
Este final de semana foi muito, muito especial.
Já estou com saudades.

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Voltei

Ufa! Depois de três semanas em uma louca roda viva cuidando de festa do filhote, mudança de casa e arrumação do novo lar (que, por sinal, está uma delícia), voltei à vida normal.
Volto a escrever nos próximos dias, estou com saudade.

domingo, 1 de novembro de 2009

Acalme seu coração

"Tudo é uma questão de manter a mente quieta, a espinha ereta e o coração tranquilo... a toda hora, a todo momento, de dentro pra fora, de fora pra dentro"
Já não me lembro mais quem cantava essa música tão popular na minha adolescência... minha memória sempre foi ruim para essas coisas, depois dos 30 e da maternidade então nem se fala.
Esse verso me acompanhou através dos anos.
Mesmo que em muitos momentos eu não tenha conseguido (foram muitos, eu sou passional até a raiz dos cabelos), lá no fundo eu sabia que deveria respirar fundo, concentrar-me em mim mesma e acalmar meu coração.
As emoções nos impelem a agir por impulso e isso quase nunca é bom.
Amar, brigar, comprar, vender, escrever, acusar, sair, entrar, falar, bater (nem que seja a porta do carro ou de casa), dar... atitudes que, quando tomadas por impulso, no calor das emoções, têm grandes chances de nos trazer arrependimentos enormes. Nem sempre dá para voltar atrás. Nem sempre um pedido de desculpas resolve.
No auge das emoções somos capazes de usar a sinceridade de uma forma cruel, mirando com pontaria certeira os pontos fracos daqueles que mais amamos.
Estou tentando respirar fundo e me concentrar em mim. Voltar a ser eu mesma antes de dizer qualquer coisa, por mais que a injustiça me machuque e me empurre para agir... preciso acalmar meu coração.

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Espertinho

Só existem estelionatários porque existem pessoas que se acham mais espertas do que os outros e querem levar vantagem comprando alguma coisa por um décimo do preço que os outros pagam...

Sobrevivi

Filhote vai fazer um ano daqui a uma semana.
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Nos últimos dias estive pensando que, se é a data que marca o fato de que ele sobreviveu ao difícil período de chegada à esse mundo insano, também significa que eu sobrevivi ao tsunami que é a chegada de um filho.
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Quem me conhece de perto sabe que eu não sou a criatura mais apaixonada por bebês. Não sou mesmo, nunca escondi. Começo a me interessar por crianças depois dos três anos, quando já há vida inteligente naquele corpinho e já dá para trocar idéias e argumentar. Antes disso é praticamente trabalho braçal, muito tatibitate (que acho um saco) e gracinhas que têm prazo de validade muito curto (tipo 10 segundos).
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Não acho a menor graça em não ter tempo para mim, muito menos em não poder dedicar -me mais à coisa mais importante da minha vida: meu casamento.
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Quem ainda não viveu a experiência de ser mãe não se iluda: nunca mais você vai transar sossegada depois que seu filho chegar.
Filho pequeno e vida sexual são tão compatíveis como fogo e água.
A maldita babá eletrônica e suas luzinhas vermelhas parecem um fantasma a assombrar sua expectativa de orgasmo... broxante.
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Dar "uma rapidinha" pode ser gostoso quando é por opção, mas não por obrigação, todas as vezes, antes que o filhote acorde e te obrigue a sair semi vestida pela casa tentando voltar ao normal e controlar seus instintos para não jogar a belezinha pela janela. Falando pode ser engraçado, na vida real não é.
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O número de casais que se separam durante o primeiro ano de vida do primeiro filho é enorme. Não me surpreende, a relação muda completamente, já não há mais tanto tempo e energia para investir como antes.
Nos casais onde o marido fica fora o dia todo e não se interessa muito pela pauleira que é o dia a dia de um bebê, a situação piora: ele chega em casa depois do trabalho, toma um banho, janta e vem para cima de você, cheio de amor para dar, carinhosa mas incisivamante cobrando sexo em uma hora que você só quer desmaiar.
Não é o que acontece aqui em casa, onde o Carlos assume tantas responsabilidades quanto eu, mas tenho diversas amigas que reclamam disso.
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Babá é um item de primeira necessidade. De preferência uma que durma com o bebê pelo menos 3 vezes por semana.
Se não cabe no seu orçamento, não tenha filhos.
A maternidade tem infinitamente mais qualidade quando não é por obrigação, quando você pode escolher em que momentos quer ser mãe. Quando esta opção não existe, vai gerando uma frustração, um cansaço mental que dá vontade de sumir.
Não adianta nada estar ao lado do seu filho o tempo todo se você está tão consumida pelo cansaço e por todo o estresse do dia a dia que não se envolve emocionalmente nas tarefas, seu corpo está ali, mas sua alma, não.
Mais vale ter uma pessoa capacitada que te ajude e que faça o trabalho pesado do que tentar ser super mulher e acabar surtando. Quase aconteceu comigo.
Nas horas em que der vontade você vai lá, dá comida, banho, pega no colo, conta historinhas, canta musiquinhas, enfim, se dá emocionalmente por inteiro. Garanto que um minuto assim vale mais que um dia inteiro de mãe-zumbi.
Eu sou uma mãe muito melhor de segunda a sexta (quando a santa Andréia está por aqui) do que nos finais de semana, quando assumo o trabalho todo das cinco da madrugada até as 8 da noite.
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Nessa experiência ganhei uma hipersensibilidade auditiva que estava me deixando louca, porque os mínimos sons me acordavam, a descaraga de adrenalina era tão forte que dava uma taquicardia que parecia que meu coração ia sair pela boca. Depois eu não dormia mais e acabava vendo o dia amanhecer. Eu estava passando os dias me arrastando de cansaço, morrendo de sono, totalmente improdutiva, impaciente e muito chata.
A solução foi começar a dormir com tapa ouvidos (iguais aos dos caras que trabalham com britadeiras), só assim estou conseguindo descansar.
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Mudaram também alguns gostos culinários. Paixões antigas hoje são proibidas: ostras, pequi e fígado hoje me fazem virar do avesso. Jabuticabas agora me dão uma enxaqueca de querer cortar a cabeça fora, mas não consigo resistir e como mesmo assim.
Mesmo não tendo amamentado meu corpo também não é mais o mesmo: hoje uso um número de sutiã a menos do que usava antes.
Tudo que esvazia acaba por murchar e cair... Comigo não foi nada radical, nem terrível, mas o suficiente para que agora próteses de silicone encabecem minha wish list.
Ainda bem que não tive estrias, para elas não há solução.
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Sair à noite não é mais tão prazeroso: primeiro, porque acordei as 5 da madrugada, então às 10 da noite já não sou mais ninguém; segundo, porque fico pensando que, se voltar para casa muito tarde, vou ter pouco tempo para dormir porque o filhote acorda às cinco... e tenho que levantar para ficar com ele.
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O Thomas já fala mã-mã-mã-mã... mas usa esse mesmo som para se referir ao livro, às cadelas daqui de casa, aos brinquedos que quer... menos a mim! Ele só me reconhece nas fotos: "Thomas, cadê a Mama?" Aí vem aquele dedinho gordinho e aponta para a minha imagem no porta retratos. Não posso dizer que não acho bonitinho.
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A paixão dele é o Dada, o pai. Em tudo se parecem: as expressões, o formato das mãos, os espirros quando o tempo muda, o refluxo (quem disse que a gente só herda coisa boa?)...
Quando o pai chega o rosto dele se ilumina, e vice versa.
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Como diz meu amigo João Marcos, houve dolo eventual, eu assumi o risco das consequências dos meus atos, agora só me resta conviver com a minha nova vida....
Claro que tem a parte boa da maternidade, a gente volta a ser criança e brinca de boneca, troca roupas e sapatos, leva para passear, acompanha o aprendizado, o crescimento, tira fotos... mas, juro, o custo benefício não compensa. Pelo menos até agora é essa a minha opinião.
Se eu pudesse voltar atrás não teria um filho, mas isso não é possível.
Todas essas reflexões não valem nada, se não existe. O tempo não pára e o tempo não volta.
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Ele já está aqui, é lindo, inteligente (juro que eu cortaria os pulsos se tivesse um filho burro) e faz parte de nossas vidas de um jeito tão intenso que é até difícil de explicar.
Vamos aos poucos construindo uma relação nossa, sempre baseada na verdade, no carinho, na cumplicidade e no respeito. Sei que ainda vamos nos divertir muito juntos.
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Não sei que que o tempo nos reserva, só o que sei até agora é que sobrevivi ao primeiro ano.

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

É comigo?

A gente sempre tende a tomar as coisas de um jeito muito pessoal.
Desde a música que toca no rádio, que juramos ter sido feita para nós por alguém que espiona nossa vida (se não fosse assim, como falar com tantos detalhes de alguma coisa que só eu vivo?), até simples comentários soltos e descompromissados, que tomamos como ofensa pessoal e direta.
Falta um pouquinho de humildade à todos nós nessas horas...
O mundo não gira à nossa volta, nem todos estão falando de nós, nem tudo que ouvimos foi dito para os afetar.
O mundo vive independentemente de nossa presença, não somos tão importantes assim, ao contrário do que gostamos de acreditar.
Tenho exercitado minha humildade e isso me tornou mais sensível aos atos egoístas dos outros. Hoje essas atitudes me entristecem mais, mas para falar a verdade, cada dia tenho mais preguiça de gente assim.
Hoje não me perco mais meu tempo perguntando; "Tá falando comigo?"

terça-feira, 20 de outubro de 2009

Voltar no tempo

Quem nunca quis voltar no tempo que atire a primeira pedra.
Voltar no tempo para poder repetir, para poder não fazer, para poder mudar.
Hoje estou em um dia assim, em que queria mais do que tudo poder voltar no tempo.
Acontecimentos me trouxeram pensamentos nostálgicos, uma saudade enorme, um carinho que não morreu (sequer diminuiu) apesar do tempo, da distância e do silêncio.
Meu coração está apertado, angustiado com lembranças que não consigo deixar para trás.
E se eu tivesse agido diferente? E se eu pudesse voltar no tempo, o que faria?
Quando acabei de escrever a linha acima não pude deixar de sorrir... acho que não faria nada diferente.
Fiz o que fiz por amizade, por preocupação, por carinho, pelo mais sincero e valioso dos sentimentos, o amor.
Embora as consequências dos meus atos me deixem profundamente triste até hoje, fui fiel aos meus sentimentos e, mesmo que eu pudesse, não poderia agir diferente, seria trair meus princípios, seria negar quem eu sou e o que de melhor tenho em mim.

Hoje a máquina do tempo não me seria útil.

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Saudade

Saudade de escrever...
Saudade de ter tempo de colocar aqui as mil coisas que passam pela minha cabeça nessa vida doida que tem engolido meus dias em uma velocidade impressionante.
Já estamos em meados de outubro, as lojas já começaram a fazer as decorações de Natal!!! Acabou o ano!!!
Confesso que não vi esse ano passar, as lembranças são bem nebulosas.
Ainda não é ano novo mas vou deixar registrada aqui minha resolução: a partir de agora vou me obrigar a parar o que estiver fazendo ao menos uma vez por semana para sentar calmamente e escrever. Preciso disso.
Nos vemos em breve. Beijo

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Detesto quem publica textos sem dar o devido crédito ao autor, mas nesse caso o faço por simples impossibilidade de descobrir quem foi o gênio que escreveu este poema.
Não resisto e publico aqui, dedicando à todas as minhas amadas amigas, de perto e de longe.

Poema Feminino

"Qual mulher nunca teve
Um sutiã meio furado,
Um primo meio tarado,
Ou um amigo meio viado?

Qual mulher nunca tomou
Um fora de querer sumir,
Um porre de cair
Ou um lexotan para dormir?

Qual mulher nunca sonhou
Com a sogra morta, estendida,
Em ser muito feliz na vida
Ou com uma lipo na barriga?

Qual mulher nunca pensou
Em dar fim numa panela,
Jogar os filhos pela janela
Ou que a culpa era toda dela?

Qual mulher nunca penou
Para ter a perna depilada,
Para aturar uma empregada
Ou para trabalhar menstruada?

Qual mulher nunca comeu
Uma caixa de Bis, por ansiedade,
Uma alface, no almoço, por vaidade
Ou um canalha por saudade?

Qual mulher nunca apertou
O pé no sapato para caber,
A barriga para emagrecer
Ou um ursinho para não enlouquecer?

Qual mulher nunca jurou
Que não estava ao telefone,
Que não pensa em silicone
Que 'dele' não lembra nem o nome?

Estamos em uma época em que:

Homem dando sopa, é apenas um homem distribuindo alimento aos pobres.

Pior do que nunca achar o homem certo é viver pra sempre com o homem errado.

Mais vale um cara feio com você do que dois lindos se beijando.

Se todo homem é igual, porque a gente escolhe tanto???


Príncipe encantado que nada....Bom mesmo é o lobo-mau, que te ouve melhor....que te vê melhor...e ainda te come!!!"

quinta-feira, 25 de junho de 2009

Quem não tem padrinho...

... morre pagão.
Mais um ditado popular que se mostra verdadeiro.
Muitas vezes tenho vergonha de ser brasileira. Vou dizer isso aqui em muitas ocasiões. É triste, mas é verdade.
No país do jeitinho aqueles que não tem a quem apelar simplesmente não tem vez, é como se não existissem.
Ou você tem dinheiro e compra seu lugar ou tem um padrinho que vai conseguir o lugar. Do contrário desista, a fila nunca vai andar para você.
Veja bem que coisa triste chegar à conclusão que o país onde meu filho nasceu trata assim seus cidadãos. Como explicar à uma criança que os valores que pregamos dentro de casa não valem na rua?
Como explicar a um caráter em formação que os políticos, a polícia, os médicos, enfim, todos aqueles que são pagos com o dinheiro de nossos impostos e que deveriam, em tese, trabalhar por nós, simplemente ignoram esses valores?
Não sei como vou fazer para lidar com isso.
Será que ensinar meu filho a ser honesto, correto, íntegro, sincero, humano, não é deixá-lo despreparado para lidar com o mundo cão que o espera?
Do jeito que as coisas estão se deteriorando mais e mais a cada dia, será que alguém correto assim terá lugar no mundo ou será pisoteado pela bandalheira geral ?
Hoje eu vi a que ponto pode chegar a indiferença por outro ser humano.
Vi como alguém é capaz de, com a maior cara lavada, por omissão, condenar outra pessoa à morte lenta, dolorosa, sofrida.
Vi como alguém que veste branco, que fez o juramento de Hipócrates e que teoricamente estudou por longos anos para aprender a salvar vidas, a mais nobre das missões, pode se tornar a expressão mais decadente da raça humana, aquele que não tem empatia, que não se comove com a dor do outro, que se torna indiferente ao sofrimento.
A degradação da raça humana é evidente e galopante. Não existe mais respeito aos valores fundamentais, hoje o que vale é ter, não ser.
Estão todos envolvidos demais em seus próprios problemas, em seus computadores, videogames, celulares, cercados de uma multidão mas prisioneiros de sua própria solidão. Poucos são os que ainda se importam com o outro.
O que nos difere dos bichos é a capacidade de sentir empatia por nossos semelhantes, mas estamos perdendo esse sentimento.
Talvez seja mesmo a hora de uma terceira guerra mundial. Hora de acabar com tudo e com todos, de dar um reset na Terra.
Quem sabe sem pessoas o planeta azul volte a viver em paz?

segunda-feira, 22 de junho de 2009

Amigos para sempre?

Eu comecei a escrever um texto sobre amigos, como eles vem e vão, como o tempo pode ser cruel com as amizades e os sonhos, mas ele começou a ficar pessoal demais... desisti.
Para não perder a viagem e não frustrar minha vontade de falar do assunto, pego emprestadas as palavras do mestre Oswaldo Montenegro.

A Lista
Oswaldo Montenegro

Faça uma lista de grandes amigos
Quem você mais via há dez anos atrás
Quantos você ainda vê todo dia?
Quantos você já não encontra mais...
Faça uma lista dos sonhos que tinha
Quantos você desistiu de sonhar!
Quantos amores jurados pra sempre
Quantos você conseguiu preservar...
Onde você ainda se reconhece?
Na foto passada ou no espelho de agora
Hoje é do jeito que achou que seria
Quantos amigos você jogou fora
Quantos mistérios que você sondava Quantos você conseguiu entender?
Quantos segredos que você guardava Hoje são bobos ninguém quer saber?
Quantas mentiras você condenava Quantas você teve que cometer?
Quantos defeitos sanados com o tempo Eram o melhor que havia em você?
Quantas canções que você não cantava Hoje assobia pra sobreviver?
Quantas pessoas que você amava Hoje acredita que amam você?

Encontrei você


Há quase sete anos encontrei você.
Confesso que andava meio descrente que pudesse haver alguém como eu gostaria de encontrar.
Para que fosse como eu sonhava tinha que ser um encontro de almas, tinha que ser de um jeito diferente, tinha que ser mágico, especial, tinha que ser inesquecível. E foi.

Bobagem, "amor de internet" não dá certo...
Só tem mentiras nesses sites de relacionamento...
Esses encontros não dão em nada...

Encontrei você.
Encontrei minha alma gêmea, meu complemento, meu melhor amigo.
Encontrei companhia para rir, chorar, cozinhar, tomar vinho, dormir "de conchinha", comer chocolate vendo filme embaixo das cobertas, dançar juntinho, viajar pelo mundo, trabalhar.
Encontrei abraço apertado, colo, beijo molhado, cafuné, paciência, carinho, dengo, .
Encontrei a mim mesma, aprendi com você a gostar mais de mim.

Juntos já passamos por um bocado de coisas, boas e ruins, mas estivemos sempre juntos.
Juntos embarcamos na viagem mais maluca que há: ter um filho.
Juntos dia a dia deciframos os mistérios dessa jornada e estamos nos saindo sensacionalmente bem...
Juntos temos Chardonnay, Pinot Noir e Tulipa, porque de vez em quando um chopp cai bem...
Juntos somos melhores porque nos completamos, nos incentivamos, nos criticamos, nos apoiamos, nos aceitamos.
Juntos crescemos como seres humanos.

A cada dia tenho mais a certeza de que nosso amor é para sempre, porque a cada dia ele ficar maior e melhor.

Encontrei você.
Encontrei a felicidade.

sexta-feira, 19 de junho de 2009

O Supremo decretou o fim do Jornalismo?

I don't think so...
Toda e qualquer profissão exige respeito, principalmente daqueles que a exercem. Infelizmente não é assim que acontece.
Na decisão do Supremo foram colocados "no mesmo saco" todos os tipos de comunicação e talvez esse tenha sido o erro.
Alguns setores do jornalismo necessitam realmente da formação acadêmica das faculdades, da noção de ética e responsabilidade que escrever sobre alguns assuntos exige.
Por outro lado, comunicar-se é um dom e, quem o tem, tem o direito de usar, mesmo não sendo jornalista.
Economistas, consultores, advogados, médicos, nutricionistas, veterinários, engenheiros, com bom traquejo frente às câmeras e/ou com bom texto podem e devem dividir o que sabem.
Não podemos esquecer que vivemos em um país de ignorantes. Toda luz de conhecimento é válida e necessária.
Não acho correto exigir um diploma universitário de todo mundo que se propõe a escrever um texto sobre um assunto que domina bem, seja para um site, para um jornal ou uma revista. É o mesmo que exigir que todo autor de livro seja jornalista ou que um treinador de futebol seja formado em educação física. Para a parte técnica existem aqueles que se formaram para isso: fisioterapeutas, médicos, preparadores físicos... revisores e editores!! Ao técnico e ao colunista cabem a parte criativa, a visão estratégica, o toque inventivo que só ele tem.
Os maiores escritores de nosso idioma não eram jornalistas e isso não arranha o brilho de suas obras.
Celebridades instantâneas também não tiram o trabalho de jornalistas: estão ali para emprestar sua imagem de celebridade, atrair o público pela condição de estrela, não pela sua competência jornalística e isso o jornalista não teria para dar, por mais competente e preparado que fosse.
Por trás da ex-BBB tem uma equipe onde, certamente, há um jornalista. Ele só não está na frente das câmeras.Tem espaço para todo mundo que for realmente competente.
Respeito muito a profissão de jornalista e toda a pesquisa, a dedicação, o complemento de conhecimento que os profissionais sérios procuram adquirir para realizar a cada dia um trabalho melhor.
Talvez a decisão do Supremo tenha sido genérica demais, mas mesmo assim acho que sempre haverá espaço para aqueles jornalistas sérios e comprometidos com fazer um trabalho de qualidade.
Um aspecto importante a ser considerado é a qualidade das faculdades de jornalismo. É muito comum recebermos textos de "acessores" de imprensa praticamente analfabetos.
É muito triste ver uma profissão tão nobre e tão necessária à democracia ser tão mal cuidada pelas entidades que deveriam formar os profissionais do futuro e pelo Governo, que deveria fiscalizar a qualidade dessa formação.
Que credibilidade tem um profissional da comunicação que não domina seu próprio idioma?
Se os jornalistas não souberem mais escrever, a profissão está condenada a desaparecer...

quarta-feira, 17 de junho de 2009

Preguiça

Um monte de coisa me dá preguiça.
Preguiça mesmo, porque é tão medíocre que não consegue gerar raiva, mágoa, ressentimento ou qualquer outro sentimento que incite à ação. Preguiça e só. Vontade de não precisar nem olhar de novo.
Talvez a coisa que mais me dê preguiça seja gente mesquinha.
Quem só pensa em si mesmo, acha que é grande coisa, quem não quer abrir mão de nada pelos outros. Gente pequena de alma e de coração. O pior é que não vai crescer nunca, vai viver nessa pequenez, à margem de todas as possibilidades da vida, só porque acha que não precisa evoluir.
Não quero ter pena de gente assim. Pena é o pior sentimento do mundo. Preferiria não sentir nada, mas sinto: preguiça.
Duro mesmo é quando a gente tem que conviver com o que nos dá preguiça, porque a gente acaba sofrendo por antecipação cada vez que sabe que vai ter que encarar e morreeeeeeeer de preguiça.
Ninguém nasce sabendo, ninguém tem culpa do meio em que nasce e onde cresce, mas todo mundo é responsável pelas escolhas que faz. Escolher permanecer pequeno, optar por não se abrir para tudo que a vida pode nos ensinar é, no mínimo, burrice. Burrice não, porque burrice me irrita, dá vontade de chacoalhar o fulano para ver se os neurônios funcionam. É mediocridade mesmo, o que me mata de preguiça.
Como alguém pode escolher ser menor, saber menos, viver menos, aprender menos, amar menos, se doar menos, crescer menos, evoluir menos, sentir menos, receber menos??? Não entendo.
Só mesmo morrendo de preguiça.

segunda-feira, 8 de junho de 2009

Amor não dói. Se tá doendo não é amor

Amor é bom. Sempre.
Amor faz bem para a alma e para a pele. Amor dá um brilho ao olhar que nenhuma maquiagem consegue.
Amor dá ânimo, energia, amor faz querer sorrir, dá a sensação de poder vencer qualquer problema.
Qualquer coisa que te faça sentir diferente disso não é amor. Posso falar desse assunto porque meu passado me tornou uma expert em relações furadas (queridos ex, sem ressentimentos).
Pode ser um monte de coisas: comodismo (concordo que pensar em começar tudo de novo dá uma preguiça louca), falta de amor próprio (antes mal acompanhada do que só... e se eu terminar com ele e nunca mais encontrar alguém???), falta de coragem de tomar uma atitude ( ele me bate, mas é porque ele me ama e tem ciúmes), medo de ficar sozinha (como vou pagar as contas?), ciúmes doentios, possessividade, egoísmo, falta de respeito ou tudo junto.
Só que nada disso é amor.
Amor não dá medo, insegurança, tristeza ou hematomas.
Amor é sempre, sempre, sempre bom.
Claro que amar inclui ter saudade, em ficar frustrado de vez em quando (ninguém é perfeito, nem você), em ter que abrir mão de algumas coisas, mas quando é por um amor de verdade, vale a pena.
Quando se está no meio de uma relação problemática é muito difícil enxergar como a vida pode ser boa, mas juro que é.
Quem vive um amor de verdade, sincero, pleno, sem joguinhos, sem mentiras, sem meias verdades, é que sabe o que é viver aproveitando plenamente a possibilidade de ser feliz.
Se você ainda não encontrou um amor assim (e anda mesmo difícil encontrar), não perca as esperanças, não perca tempo em relações infelizes e acredite que amor de verdade não dói.

segunda-feira, 25 de maio de 2009

...ter mais de 30

Tem algumas vantagens ter mais de 30. E mil desvantagens.
Ter mais de 30 significa que você viveu uma época de músicas sensacionais, com letra, melodia e rima, coisa em extinção nos dias de hoje. Isso também significa que você usou aqueles cabelos e roupas tenebrosos da época de 80 e que provavelmente em algum lugar tem fotos disso.
Ter mais de 30 faz de você alguém que sabe ser perfeitamente possível viver sem celular, computador, PlayStation (quando muito um Atari), TV a cabo, leite de caixinha, fralda descartável, IPod, e-mail. Naquele tempo você sabia "de cabeça" o telefone dos amigos! Você sabe que vivia assim, mas não lembra muito bem como era possível, porque depois dos 30 a memória já não é mais a mesma...
Ter mais de 30 já te deu tempo o suficiente para casar e ter filhos. E descasar e aprender que desilusão de amor dói, mas não mata.
Ter mais de 30 te dá mais auto confiança. E significa que a gravidade teve esse tempo todo para agir e bagunçar o que era tão certinho aos 18.
Ter mais de 30 quer dizer que quando você ia à praia ou à piscina não precisava se lambrecar todo de filtro solar. E também que hoje sua pele tem marcas e rugas causadas pelo sol que nenhum tratamento caríssimo com laser tira totalmente...
Ter mais de 30 faz de você alguém que conheceu diversos nomes do dinheiro em nosso país. E também que viveu os tempos da inflação de 50% ao mês.
Ter mais de 30 te habilita a ter participado das passeatas de estudantes pelo impeachment do Collor. E a constatar com tristeza que o caratér dos nossos representantes piorou muito ao longo do tempo, sinal de que ainda não aprendemos a votar e que nossa memória fica cada dia mais curta.
Ter mais de 30 tem sim um monte de desvantagens, mas me trouxe mais calma, auto conhecimento, complacência comigo mesma e principalmente a auto confiança que eu não tinha aos 18. Por nada nesse mundo eu queria voltar no tempo.

...O Enochato

Este texto é parte do livro O Mapa do Tesouro, um Guia Divertido para Iniciantes no Mundo do Vinho, publicado pela Academia do Vinho http://www.academiadovinho.com.br/.

Resolvi publicá-lo aqui porque hoje encontrei com um exemplar perfeito do Enochato... e ninguém merece !!! Ao contrário das espécies animais, que caminham para a extinção, essa anda se multiplicando rapidamente com a moda do vinho, para todo lado que se olha tem um falando baboseiras. Vamos ao Enochato:

"Enochato é aquela espécie da qual todos nós conhecemos um exemplar (ou vários).
O enochato chega às festas ou ao restaurante, pega uma taça, certifica-se de que tem bastante gente olhando, faz cara de entendido, gira o copo no sentido horário e com inclinação de 26,487º em relação a Greenwich, funga dentro da taça, revira os olhos, fala um monte de coisas complicadas e depois olha para as outras pessoas presentes com ar superior, como se elas fossem a ralé da humanidade por não entender de vinhos tanto quanto ele.
É justamente por causa dos enochatos que o vinho tem essa fama de coisa complicada, inacessível, sofisticada, exclusiva de gente rica, metida e chata.
Propomos aqui uma campanha internacional de extermínio dos enochatos e para isso não é preciso usar violência, basta que ninguém mais preste atenção às macaquices deles frente a uma taça de vinho. Sem platéia, o enochato murcha, perde a pose e sai de fininho."

Beba vinho.

... O Tempo

Engraçado esse negócio de tempo.
Às vezes minha cabeça viaja nas viagens mais malucas e penso que o tempo não é de verdade. Tá bom, sei que agora fui longe demais, mas eu explico.
Acabei de receber um e-mail curtinho de uma amiga muito querida, que "passou" só para dar um oi e disse que está super sem tempo, mas que depois me escreve com calma. Ela é sempre um doce, arranja tempo no meio da maluquice da vida de mãe, profissional, amiga, mulher, para fazer um carinho nos amigos. Adoro gente assim, porque se a gente deixar o tempo (ou a falta dele) nos engole.
Nessa vida maluca a gente tem que aprender a fazer o tempo. Encaixar, priorizar, substituir, ampliar, tentar montar um complicado quebra cabeças com tudo que queremos fazer dentro do tempo que dispomos.
Nos últimos seis meses e meio fiquei por conta do filhote. Não sei como, mas o tempo voou. O dia passa, de novo chega a noite, eu não fiz nada de importante ou complicado, mas estou morta de cansaço. Acho que o relógio andou mais rápido que o normal, não é possível que meus dias tenham 24 horas, onde elas foram parar?
O outro lado da moeda é quando o tempo parece não ter passado.
No mês passado ganhei dois grandes presentes da vida: reencontrei via Orkut e Facebook (viva a internet!!!) minha melhor amiga de 1º grau, a Lisa, e minha melhor amiga do 2º grau, a Aline.
Eu e Lisa não nos vemos há mais de 20 anos, mas quando conversamos parece que o tempo não passou, que ainda somos as tagarelas da sala de aula, que passavam hooooooooras juntas e sempre cheias de assunto. Nunca deixamos de pensar uma na outra, mesmo sem contato durante tanto tempo.
Quando estou ao telefone com a Aline ainda temos a cumplicidade e o carinho que tínhamos há mais de 15 anos, como se por baixo dessa ponte não tivessem passado ao longo de todo esse tempo amores e desamores, casamentos felizes e desfeitos, amigos que vieram e se foram , filhos, faculdade, trabalho, viagens.
Aos poucos estou colocando os assuntos em dia com as duas. Vou fazer o possível mantê-las por perto para sempre (embora para sempre seja muito tempo)
Ainda em outra situação o tempo me confunde: estou casada há quase 7 anos, o que é muito (ainda mais para os tempos de hoje...), mas ao mesmo tempo (sempre ele) que parece que nos conhecemos ontem, parece que estivemos juntos desde sempre. Dá para entender?
Minhas amigas dizem que não entendem como eu, que já não tenho tempo para nada, ainda resolvo escrever. Minha resposta é sempre que se eu não conseguir tempo para mim mesma dentro dessa correria da vida, enlouqueço.
Preciso escrever para os amigos, nem que seja como a Cintia, que "passou" para dar um oi, preciso ficar com meus cachorros, preciso namorar meu marido, preciso ler, preciso cuidar de mim. Preciso desse tempo só meu para estar inteira e poder cuidar do filhote, trabalhar, administrar a vida and all stuff.
Posso não ser dona de todo o meu tempo, mas cuido da parte que posso dispor e faço caber nela todas as coisas importantes para mim, porque como diz meu pai: - "Como está sem tempo? O que você faz de meia noite às seis?"

segunda-feira, 18 de maio de 2009

...Os mistérios de ser mãe

A maternidade na TV e nos filmes é uma coisa mágica, com efeitos especiais dignos de Hollywood: quando mãe e filho se olham nos olhos começa a tocar uma linda música de fundo, fogos de artifício explodem no céu e naquele momento nasce o maior amor já visto na face da Terra.
Sinto dizer que nem sempre é assim. Comigo não foi.
Embora aquela figurinha tivesse morado dentro de mim por 38 semanas e 3 dias, quando nos olhamos pela primeira vez não houve musiquinha, fogos ou amor instantâneo: éramos dois estranhos que precisariam se conhecer para se amar (ou não).
Tenho que dizer que não sou uma mãe romântica: achei a gravidez um processo chato, demorado (detesto esperar), desconfortável; isso sem falar na falta de glamour, porque quase nada fica bem e usar salto é um desafio permanente ao seu centro de gravidade modificado, só com muita teimosia e determinação para não ceder à rasteirinha e ficar parecendo um barril. Por uma questão de honra eu fui para a maternidade dirigindo e com um salto 10. Para não ter tentação de sair de lá de chinelinho (seria a pá de cal na minha vidinha de perua...), só levei esse sapato, então dois dias depois estava eu, saindo da maternidade com o filhote no colo, barriga costurada e salto 10 no pé. Só não deu para dirigir, achei que era um pouco demais.
Não morro de amores por bebês pequenos, acho um trabalho cansativo e que exige apenas dois neurônios (eu tenho mais de dois e gosto muito de usá-los). Gosto de crianças com mais de três anos, quando já tem vida inteligente naquele corpinho e dá para trocar uma idéia, argumentar e morrer de rir.
Enquanto estava grávida fiquei me perguntando se não seria evolutivamente muito mais interessante pôr ovos. A mamãe deixaria seu ovo em uma moderna central de chocadeiras, com temperatura e umidade controladas, música clássica no ambiente e de vez em quando iria visitar seu "futuro filhote" até que, num belo dia, poderia buscar o pequeno prontinho. Perfeito!!!!
Sempre me perguntam: - "é o primeiro?" e a resposta invariavelmente é que é o último.
Só que não dá para "chocar" um bebê até os três anos, então estou aqui às voltas com a vida de mãe de bebê de seis meses. A expressão "apodrecer no Paraíso" não é exagero, a vida vira de cabeça para baixo, em muitos casos para pior. Sem hipocrisia.
Hoje é preciso planejamento para ir ao salão ou simplesmente para conseguir meia hora para lavar o cabelo com calma. Desde que ele nasceu ainda não saí sozinha com o meu marido, e isso me faz muita falta porque éramos "grudados" 24 horas por dia há mais de 6 anos.
Depois que o bebê nasce é preciso descobrir qual o novo "normal" da sua vida, porque o antigo normal nunca mais vai voltar e pode ser bem chocante quando essa ficha cai. Nos últimos seis meses venho descobrindo aos poucos os rumos da minha nova vida e agora começo a gostar de alguns dos novos aspectos. De alguns.
Eu demorei exatos 5 meses e 3 dias para começar a gostar daquela figurinha de um jeito especial. Tenho que admitir, ele está me conquistando.
Agora as noites sem dormir são bem menos frequentes, mas quando tenho que escolher entre comer, namorar ou dormir, nem vacilo, vou para a cama direto (para dormir, que fique claro). As outras opções ficam meio de lado, assim como as consultas no dentista (Lary, paciência amiga, pleeeeeeeease, juro que esse mês marco um horário!), o trabalho em scrapbooking, as respostas aos e-mails e telefonemas dos amigos...
Se tem uma coisa entre os muitos mitos da maternidade que é verdade é que o tempo passa muito rápido e a memória vai se apagando aos poucos. As lembranças vão ficando tênues, embaçadas, hoje já não me lembro do filhote aos dois ou três meses. Se tem uma dica que posso dar às mães novatas é: tire muitas, muitas, muitas fotos, você vai precisar delas.
Nos últimos seis meses e meio eu e ele aprendemos muito um sobre o outro e um com o outro.
Como diz uma grande amiga minha, ele já me treinou para reconhecer o motivo do seu choro, suas manias e necessidades. Por outro lado, ele reconhece meu rosto e minha voz, dá risadas deliciosas quando estamos juntos (estará rindo de mim ou para mim??), me segue com os olhos se me distancio.
A cada dia estamos mais próximos, mais unidos.
Quero ensinar à ele o amor aos bichos, o gosto pela leitura, a beleza de amar com sinceridade e respeito, o valor de um abraço. Quero que ele acredite que todo ser humano merece respeito, mas que alguns merecem não só respeito como também admiração, por suas idéias e feitos. Quero que ele saiba que o importante em uma pessoa é ser e não ter. Quero que ele invente seus próprios brinquedos, que deixe livre a imaginação, que seja uma criança simples, criativa, curiosa. Quero que ele cresça sabendo que o amor da minha vida é o pai dele e que tenha nesse amor um exemplo de relação entre homem e mulher, plena de amor, cuidado, respeito, cumplicidade e admiração. Quero que ele seja livre para descobrir seus caminhos e o que lhe faz feliz.
Quero viver com ele as brincadeiras e os sonhos de criança.
Eu e meu filhote estamos construindo uma relação pedacinho por pedacinho, cultivando em todos os momentos o amor, a confiança e a cumplicidade que, espero, levaremos vida afora.

...Deus não é surdo (nem os vizinhos)

Neste fim de semana participei involuntariamente de um encontro de casais com Cristo. Sim, involuntariamente, porque eu estava tentando dormir, mas a cantoria às 7 da manhã não deixava escolha nem para mim nem para os moradores dos prédios em volta da escola onde foi realizado o "encontro".
Quem me conhece sabe que respeito profundamente toda e qualquer religião e aqueles que as praticam.
Cada um com seu cada um, deixa o cada um dos outros, já diz com perfeição Zeca Pagodinho. O problema é que não me deixaram no meu "cada um".
As pessoas que participam de eventos religiosos, sejam encontros, cultos ou missas teoricamente são estudiosos da religião.
Nesse barulhento final de semana tive vontade de ir até lá e perguntar sobre o Mandamento que fala sobre "amar ao próximo". Para mim não há como falar em amor sem falar em respeito e eu me senti profundamente desrespeitada no meu direito de descansar.
Todo mundo trabalha durante a semana, acorda cedo, enfrenta problemas, prazos a cumprir, pessoas chatas de quem não há como se esquivar.
No fim de semana é hora mais do que merecida de dormir até mais tarde, descansar, ficar quietinho embaixo das cobertas assistindo TV.
Era isso que eu pretendia fazer, mas tanto no sábado quanto no domingo fui arrancada dos meus sonhos às 7 (!!!!) da manhã pela cantoria, com direito a palmas. Ninguém merece.
Se levantar cedo da cama para encontrar-se com Cristo era o melhor programa em um sábado frio para aquelas pessoas, eu tenho o direito de não achar a menor graça em ser incluída no "encontro" sem ser consultada e sem direito a sair dele.
Fui até a portaria da escola e reclamei. O porteiro me sugeriu passar o final de semana fora, disse que muitos vizinhos o fazem. Achei o cúmulo do absurdo eu ter que sair da minha casa por causa da falta de educação dos outros... fiquei, teimosa que sou.
É um caso clássico de quem prega uma coisa mas age de forma completamente diferente. Na teoria estuda-se os 10 Mandamentos, na prática o que interessa são interesses individuais, o resto que se dane, que vá reclamar com o Bispo.
O mais triste é que são esses os valores que esses casais transmitirão para seus filhos.
E assim seguimos construindo um país de pessoas egoístas e sem educação.

Deus não é surdo.