quinta-feira, 25 de junho de 2009

Quem não tem padrinho...

... morre pagão.
Mais um ditado popular que se mostra verdadeiro.
Muitas vezes tenho vergonha de ser brasileira. Vou dizer isso aqui em muitas ocasiões. É triste, mas é verdade.
No país do jeitinho aqueles que não tem a quem apelar simplesmente não tem vez, é como se não existissem.
Ou você tem dinheiro e compra seu lugar ou tem um padrinho que vai conseguir o lugar. Do contrário desista, a fila nunca vai andar para você.
Veja bem que coisa triste chegar à conclusão que o país onde meu filho nasceu trata assim seus cidadãos. Como explicar à uma criança que os valores que pregamos dentro de casa não valem na rua?
Como explicar a um caráter em formação que os políticos, a polícia, os médicos, enfim, todos aqueles que são pagos com o dinheiro de nossos impostos e que deveriam, em tese, trabalhar por nós, simplemente ignoram esses valores?
Não sei como vou fazer para lidar com isso.
Será que ensinar meu filho a ser honesto, correto, íntegro, sincero, humano, não é deixá-lo despreparado para lidar com o mundo cão que o espera?
Do jeito que as coisas estão se deteriorando mais e mais a cada dia, será que alguém correto assim terá lugar no mundo ou será pisoteado pela bandalheira geral ?
Hoje eu vi a que ponto pode chegar a indiferença por outro ser humano.
Vi como alguém é capaz de, com a maior cara lavada, por omissão, condenar outra pessoa à morte lenta, dolorosa, sofrida.
Vi como alguém que veste branco, que fez o juramento de Hipócrates e que teoricamente estudou por longos anos para aprender a salvar vidas, a mais nobre das missões, pode se tornar a expressão mais decadente da raça humana, aquele que não tem empatia, que não se comove com a dor do outro, que se torna indiferente ao sofrimento.
A degradação da raça humana é evidente e galopante. Não existe mais respeito aos valores fundamentais, hoje o que vale é ter, não ser.
Estão todos envolvidos demais em seus próprios problemas, em seus computadores, videogames, celulares, cercados de uma multidão mas prisioneiros de sua própria solidão. Poucos são os que ainda se importam com o outro.
O que nos difere dos bichos é a capacidade de sentir empatia por nossos semelhantes, mas estamos perdendo esse sentimento.
Talvez seja mesmo a hora de uma terceira guerra mundial. Hora de acabar com tudo e com todos, de dar um reset na Terra.
Quem sabe sem pessoas o planeta azul volte a viver em paz?

Um comentário:

  1. Amiga..o que houve? Até doeu ler isso...tenho em mente a mesma dúvida em relação ao que devo ensinar ao Gui...o legal é que acredito que poderemos trocar muitas figurinhas, nos ouvir, chorar(?), se preciso for, desabafar juntas, nos próximos anos....pois nossa jornada está apenas começando....beijos Cíntia

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