sexta-feira, 19 de junho de 2009

O Supremo decretou o fim do Jornalismo?

I don't think so...
Toda e qualquer profissão exige respeito, principalmente daqueles que a exercem. Infelizmente não é assim que acontece.
Na decisão do Supremo foram colocados "no mesmo saco" todos os tipos de comunicação e talvez esse tenha sido o erro.
Alguns setores do jornalismo necessitam realmente da formação acadêmica das faculdades, da noção de ética e responsabilidade que escrever sobre alguns assuntos exige.
Por outro lado, comunicar-se é um dom e, quem o tem, tem o direito de usar, mesmo não sendo jornalista.
Economistas, consultores, advogados, médicos, nutricionistas, veterinários, engenheiros, com bom traquejo frente às câmeras e/ou com bom texto podem e devem dividir o que sabem.
Não podemos esquecer que vivemos em um país de ignorantes. Toda luz de conhecimento é válida e necessária.
Não acho correto exigir um diploma universitário de todo mundo que se propõe a escrever um texto sobre um assunto que domina bem, seja para um site, para um jornal ou uma revista. É o mesmo que exigir que todo autor de livro seja jornalista ou que um treinador de futebol seja formado em educação física. Para a parte técnica existem aqueles que se formaram para isso: fisioterapeutas, médicos, preparadores físicos... revisores e editores!! Ao técnico e ao colunista cabem a parte criativa, a visão estratégica, o toque inventivo que só ele tem.
Os maiores escritores de nosso idioma não eram jornalistas e isso não arranha o brilho de suas obras.
Celebridades instantâneas também não tiram o trabalho de jornalistas: estão ali para emprestar sua imagem de celebridade, atrair o público pela condição de estrela, não pela sua competência jornalística e isso o jornalista não teria para dar, por mais competente e preparado que fosse.
Por trás da ex-BBB tem uma equipe onde, certamente, há um jornalista. Ele só não está na frente das câmeras.Tem espaço para todo mundo que for realmente competente.
Respeito muito a profissão de jornalista e toda a pesquisa, a dedicação, o complemento de conhecimento que os profissionais sérios procuram adquirir para realizar a cada dia um trabalho melhor.
Talvez a decisão do Supremo tenha sido genérica demais, mas mesmo assim acho que sempre haverá espaço para aqueles jornalistas sérios e comprometidos com fazer um trabalho de qualidade.
Um aspecto importante a ser considerado é a qualidade das faculdades de jornalismo. É muito comum recebermos textos de "acessores" de imprensa praticamente analfabetos.
É muito triste ver uma profissão tão nobre e tão necessária à democracia ser tão mal cuidada pelas entidades que deveriam formar os profissionais do futuro e pelo Governo, que deveria fiscalizar a qualidade dessa formação.
Que credibilidade tem um profissional da comunicação que não domina seu próprio idioma?
Se os jornalistas não souberem mais escrever, a profissão está condenada a desaparecer...

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