segunda-feira, 25 de maio de 2009

... O Tempo

Engraçado esse negócio de tempo.
Às vezes minha cabeça viaja nas viagens mais malucas e penso que o tempo não é de verdade. Tá bom, sei que agora fui longe demais, mas eu explico.
Acabei de receber um e-mail curtinho de uma amiga muito querida, que "passou" só para dar um oi e disse que está super sem tempo, mas que depois me escreve com calma. Ela é sempre um doce, arranja tempo no meio da maluquice da vida de mãe, profissional, amiga, mulher, para fazer um carinho nos amigos. Adoro gente assim, porque se a gente deixar o tempo (ou a falta dele) nos engole.
Nessa vida maluca a gente tem que aprender a fazer o tempo. Encaixar, priorizar, substituir, ampliar, tentar montar um complicado quebra cabeças com tudo que queremos fazer dentro do tempo que dispomos.
Nos últimos seis meses e meio fiquei por conta do filhote. Não sei como, mas o tempo voou. O dia passa, de novo chega a noite, eu não fiz nada de importante ou complicado, mas estou morta de cansaço. Acho que o relógio andou mais rápido que o normal, não é possível que meus dias tenham 24 horas, onde elas foram parar?
O outro lado da moeda é quando o tempo parece não ter passado.
No mês passado ganhei dois grandes presentes da vida: reencontrei via Orkut e Facebook (viva a internet!!!) minha melhor amiga de 1º grau, a Lisa, e minha melhor amiga do 2º grau, a Aline.
Eu e Lisa não nos vemos há mais de 20 anos, mas quando conversamos parece que o tempo não passou, que ainda somos as tagarelas da sala de aula, que passavam hooooooooras juntas e sempre cheias de assunto. Nunca deixamos de pensar uma na outra, mesmo sem contato durante tanto tempo.
Quando estou ao telefone com a Aline ainda temos a cumplicidade e o carinho que tínhamos há mais de 15 anos, como se por baixo dessa ponte não tivessem passado ao longo de todo esse tempo amores e desamores, casamentos felizes e desfeitos, amigos que vieram e se foram , filhos, faculdade, trabalho, viagens.
Aos poucos estou colocando os assuntos em dia com as duas. Vou fazer o possível mantê-las por perto para sempre (embora para sempre seja muito tempo)
Ainda em outra situação o tempo me confunde: estou casada há quase 7 anos, o que é muito (ainda mais para os tempos de hoje...), mas ao mesmo tempo (sempre ele) que parece que nos conhecemos ontem, parece que estivemos juntos desde sempre. Dá para entender?
Minhas amigas dizem que não entendem como eu, que já não tenho tempo para nada, ainda resolvo escrever. Minha resposta é sempre que se eu não conseguir tempo para mim mesma dentro dessa correria da vida, enlouqueço.
Preciso escrever para os amigos, nem que seja como a Cintia, que "passou" para dar um oi, preciso ficar com meus cachorros, preciso namorar meu marido, preciso ler, preciso cuidar de mim. Preciso desse tempo só meu para estar inteira e poder cuidar do filhote, trabalhar, administrar a vida and all stuff.
Posso não ser dona de todo o meu tempo, mas cuido da parte que posso dispor e faço caber nela todas as coisas importantes para mim, porque como diz meu pai: - "Como está sem tempo? O que você faz de meia noite às seis?"

Um comentário:

  1. Amiga, pura verdade.....esse tempo é mesmo muito e pouco....depende do referencial. Ai de nós se não nos policiarmos para fazer feliz quem a gente gosta, parar prá se fazer um auto-carinho como escrever, ler um pouco, deitar debaixo de uma árvore vendo as nuvens se transformando...dar uma caminhadinha, brincar na areia com filho, dirigir dançando, coisas que fazem toda uma diferença para quem é ligado no próximo e em si mesmo....é assim que recarrego as baterias, como o Wall-e faz no filme (já viu?). Sabe Ká, temos tanta coisa em comum...e é uma delícia podermos nos descobrir assim nesta fase da vida...obrigada pela companhia nas palavras.....tenho amado seus textos......
    Um grande beijo da sua velha/nova amiga
    Cíntia

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